Música 11
BOILÉ
Dança de pares, registrada por Marise Barbosa na comunidade Kalunga, Cavalcanti/ Goiás.
Cantiga secular do povo Kalunga, faz parte da memória de mestres e mestras habitantes da comunidade quilombola que fica nos vãos entre as serras dos municípios de Cavalcante, Monte Alegre eTeresina de Goiás. Povo africano, afro Brasileiro e indígena que criou um território próprio. Formado pela união de pessoas africanas, afro-brasileiras, indígenas de diferentes origens.
“O povo Kalunga se criou subvertendo as estruturas de exploração inerentes ao escravismo colonial. Criaram e sedimentaram entre fins do século XVII e início do século XVIII, um território quilombola. Construíram uma vida em liberdade para si, para as gerações que se seguiram, consolidando sua existência como povo.” (Marise Barbosa)
Segundo Marise, para brincar o Boilé, formam-se duas filas e cada qual fica em frente a seu par. Ao começar a música, o primeiro par vai à frente e se encontra no centro das filas e se tocam nas palmas da mão direita, ou enlaçam os braços. Em seguida, cada qual se volta para a fila tocando a palma da mão direita da pessoa a seu lado na fila. Gira novamente para o centro no sentido anti-horário, reencontra seu próprio par e toca novamente na sua mão direita. Os pares vão girando e dançando na direção do final da fila, alternando toques na palma da mão de seu par e da próxima pessoa da fila. A brincadeira segue até que todos tenham dançado, e voltam ao começo da fila para dançar de novo. Todos vão cantando o refrão e algumas pessoas vão jogando os versos.
(informações tiradas do livro “o que é o que é? Infâncias Kalunga”, de Marise Glória Barbosa
Renata Mattar é responsável pela pesquisa de repertório.